Seguidores

terça-feira, 6 de outubro de 2009

LARGA DE MIM. FOREVER

Filhotinhos e filhotinhas!!

To seropédica,semi-circular e fotofóbica.

Há algo de equivocado no ciclo kármico da minha encarnação. Tudo o que faço é no mínimo surreal. Parece que Deus, na hora de me construir moldando-me do barro primordial, tinha acabado de coçar seu cu divino.

Não me chamem de herege. Aprendi desde criança que sou a imagem e semelhança Dele, portanto, já que não peido por um foco de luz violeta, devo supor que Deus tem cu.
Muito franca e honesta.

Consegui um emprego de maquiadora de atores de filme pornô através de minha amiga Dora da Croácia, cafetina de Sepetiba, que coloca umas meninas no ramo de filmes eróticos em troca de uma porcentagem bacana de cada uma que é aproveitada em alguma cena. Comprei um kit PAYOT e levei algumas amostras grátis dos produtos Jequiti e Natura que ainda me restavam. Assisti a alguns BLOCK BUSTERS do SexyHot e percebi que sombra azul, batom "Vermelho Super Chico" ,base perolada e blush rosa-antigo são uma super tendência na cinegrafia putológica. Levei um vidrinho de óleo Paixão pra deixar os pintos dos atores com aparência de bisnaguinha Seven Boys e fui, linda, me jogar na minha empreitada dermatológica.

O set de filmagem era em TINGUÁ, distrito de Nova Iguaçu. Queriam filmar na mata. O nome da película: LARGA DE MIM.

Achei prosaico,metafórico e lúdico. Pensei que era algo do tipo "pornô com história", mas a verdade, não tardou a se apresentar: um pouco afastada da área de filmagem, uma atriz que, de tanto quadril, deveria pagar IPTU ao invés de Imposto de Renda, resolveu tirar a roupa e se alongar no meio do matagal. Uma família de saguis, pensando avistar uma toca quentinha, desapareceu por dentro do canal vaginal da moça.
Fiquei póstuma, pretérita e nefelibata ao ver OITO saguizinhos SUMIREM dentro da atriz .
Foi um rebú na casa de Noca. A diva se contorcia em cócegas angustiantes e o diretor gritava de pavor, com medo de perder a luz do dia para fazer suas cenas de estética nouvelle vague, com ascendente em Cicciolina fazendo Papa-Nicolau. Os bichinhos só deram o ar da graça depois que colocaram a dita cuja arreganhada diante de um pratinho de banana amassada com Neston. Os bichinhos saíram famélicos, fotofóbicos e atordoados. O último deles carregava uma embalagem de pão Pullmann que a atriz (ui) reconheceu como o lanche que ela levara pro seu marido na ultima visita íntima e que pensava ter perdido em sua última ducha higiênica com Veja Multi-uso e Diabo Verde.

Ao perceber a naturalidade com que o fato foi encarado e ao notar que uma outra atriz chamada Tatu Malibu treinava uma dilatação com uma garrafa pet cheia de Mineirinho Diet, eu descobri que o LARGA do título do filme não era verbo e sim adjetivo.

Tremi. Oxiúrica, melômana e sonrizálica.

Mas voltando a maquiagem...

Afinal, era essa minha parte desse latifúndio. Virei pro diretor, que parecia um peixeiro velho com uma calça jeans dessas mais antigas que cantora de mpb hetero (acho que já usei essa piada), e perguntei quem eu deveria maquiar e onde faria isso. Ele me apontou três homens semi-nus que estavam debaixo de uma jaqueira e disse que podia fazer meu serviço ali mesmo.
Gente... Nunca rezei tanto. Pra cada igreja que vinha à minha mente, eu desfiava um rosário. E olha que eu já morei em Salvador e sou garota calcinha-asa-delta 87 de Ouro Preto. O mais suave deles tinha cara de quem comia criancinhas desprotegidas (gastronomicamente falando, tenha dó). Com três gotinhas de Zerocal pra manter a forma. Nele e no mais novo, eu deveria fazer uma pintura semi-indígena, semi-aboríginea, semi-fusa, semi-breve, semi-colcheia, semi-a-puta-que-me-paríngenia ( To baixa, né? Sou dessas...). Pintei os dois, enquanto o terceiro ficava me olhando debaixo da jaqueira passando, a toda hora, hidratante Monange na virilha pra deixar as dobrinhas da coxa gorda com sensação de frescor arbóreo.
O rapaz, em pauta, era amulatado e tinha as costas do tamanho de uma Cherokee. O diretor não queria que ele tivesse maquiagem indígena, mas também não poderia parecer alguém muito urbano. Tinha que disfarçar traços de civilização contemporânea e investir num look rústico-clean-Macho Alfa. O bofe tinha um Jesus Cristo e a frase O SENHOR É MEU PASTOR tatuados na omoplata esquerda. Na omoplata direita um rosto de bebê com a frase TE AMO, JÉSSICA, TEZOURO DO PAPAI (com Z mesmo, miséria pouca é bobagem).
Na base da coluna, uma cópia tosca da sagrada família, desenhada por alguém semi-cego (to investindo no SEMI hoje) e com Mal de Parkinson, completava a decoração quase eclesiástica daquele ator pornô, cujo nome artístico era GIANI BISNAGUÉTI.

Pelos atributos que eu ali via todo besuntado e lubrificado, eu o chamaria de GIANI PANETONNE.
Sou dessas: natalina, episcopal e ninfomaníaca.
Meu diretor disse que aquilo não combinava com filme pornô e que eu deveria fazer aqueles rabiscos desaparecerem.
Tremi. Ruborizei. Transcendi.
Pedi quinze minutos e, com meu orçamento parco, comprei uma bisnaga de Hipogloss, um saquinho de Nescafé e um potinho de cola plática. Misturei tudo e, Michelângela, Picássica e Di Cavalcântica, improvisei uma base terracota, que deixou as costas do cafú uma beleza de ser filmada.

Ganhei o respeito de todos. Fui feliz e maviosa e ainda convidada pra trabalhar em BÓLE NO MEU FURICO parte 4.
Felicidade total, êxtase.

Até que, depois de movimentos bruscos e contundentes, a maquiagem marrom do ator começou a derreter no meio da cena. E como vocês sabem, essa cor não fica muito bem em cenas de ousadias duodênicas....
Levei um pé na bunda em lá bemol e voltei pra casa dura, mas com o telefone do Bisnaguéti, que quer que eu faça o truque do texugo mordedor nele.

Simpatia é quase chuca.

Bjus nos acentos agudos, gente!

7 comentários:

  1. Adorei o blog, me diverti muitooooo....
    obrigado! um abraço.
    Leemax

    ResponderExcluir
  2. "já que não peido por um foco de luz violeta, devo supor que Deus tem cu/ de tanto quadril, deveria pagar IPTU ao invés de Imposto de Renda/ mais antigas que cantora de mpb hetero/GIANI PANETONNE" Desejo muito mais problemas, pobreza e casos bizarros pra vc relatar tudinho aqui! Um arraso! ;) bjãoo

    ResponderExcluir
  3. Pessoa doenteeeeeeeeeeeeeee
    hahahahahahahahahaha

    ResponderExcluir
  4. Pra variar, amei o relato...Amooooo
    Bole no meu furico, faço questão de assistir...(ou protagonizar, ah sei lá...rs)
    Somos dessas

    ResponderExcluir
  5. Vc é impagável... Já adicionei nos favoritos porque quando estiver de baixo astral, já sei a quem recorrer para umas boas gargalhadas...

    beijo grande
    Clau - Avalon Livros

    ResponderExcluir
  6. André,

    Inteligente e criativo.
    Baixeza da mais alta qualidade.

    Bjos

    ResponderExcluir
  7. Bom, vc acha que eu ia ficar de fora meu querido? Nunca!! Adorei. Muito engraçado e criativo!
    Até o beijo nos acentos agudos...hhehehe

    Bjundas!!!

    ResponderExcluir